Prefeitura realiza lançamento de livro para crianças com implante auditivo
Para ajudar as crianças a compreenderem o fenômeno fisiológico que elas passam a partir do implante auditivo, a Prefeitura de Manaus realizou o lançamento do livro “As Três Orelhas”, produzido pela professora e fonoaudióloga, Mariana Pedrett, nesta terça-feira, 1º/12, no hall da Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério (DDPM), na avenida Maceió, zona Centro-Sul.
“Ela (Mariana) está nos brindando com esse livro. Adquirimos alguns exemplares para distribuir para as crianças do programa e nós estamos apoiando porque é um projeto belíssimo que tem promovido inclusão na rede básica de educação, um dos principais compromissos da gestão do prefeito Arthur Virgílio Neto”, disse a secretária municipal de Educação, Kátia Schweickardt.
No evento, foram doados 25 exemplares do livro para os alunos do Complexo Municipal de Educação Especial (CMEE) André Vidal de Araújo, que participam do Programa de Reabilitação Auditiva para Crianças Usuárias de Implante Coclear (PIC), da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
O lançamento seguiu o protocolo de cuidados contra o novo coronavírus, causador da Covid-19, evitando aglomeração, e somente cinco alunos e seus familiares participaram da ação, recebendo a edição autografada pela educadora Mariana. Os outros 20 estudantes devem buscar o livro no CMEE, de acordo com o dia e horário devidamente agendados.
O livro busca despertar a atenção das crianças, para o funcionamento da audição com informações sobre anatomia, fisiologia e cuidados, para não prejudicar o sistema sensorial. As crianças não só poderão aprender e conhecer, como cuidarão mais da saúde auditiva. A ideia da publicação surgiu no início da pandemia, quando não foi possível as aulas presenciais e o atendimento foi realizado a distância.
Quanto ao livro, a fonoaudióloga Mariana Pedrett comenta que tem recebido bastante retorno positivo sobre o material. “Existem crianças que fazem perguntas muito engraçadas como ‘Mãe, foi o martelo que deu o nome para o objeto ou o objeto que deu o nome para o ossinho?’. E são perguntas que levam a criança a refletir como é o sistema auditivo, como ouvimos, como cuidamos dele”, acrescentou.
Para a dona de casa Nayara Silva, 27, mãe da aluna Alice, o livro foi uma proposta muito interessante para trabalhar, porque é muito visual. “Quando a Mariana falou que seria lançado, eu queria muito para a Alice, porque ela gosta muito de histórias. Eu acredito que a importância vai ser para explicar, até para quem não tem problema, como minha outra filha, que acompanha o trabalho com a Alice”, completou.
Programa de Implante Coclear (PIC)
OPrograma de Reabilitação Auditiva para Crianças Usuárias de Implante Coclear (PIC) atende atualmente, no turno vespertino, uma média de 25 crianças oriundas de escolas municipais e da comunidade em geral. O público atendido pelo PIC é específico de crianças usuárias de implante coclear, cujas famílias fazem a opção de comunicação verbal com apoio do dispositivo eletrônico. Dessa forma, o objetivo do programa é prestar atendimento em equipe multidisciplinar composta por fonoaudiólogo especializado em reabilitação auditiva, acompanhamento psicológico para apoio quanto às expectativas de fala e comunicação.
Além de suporte da psicopedagoga Carlene Martins, em relação aos aspectos ligados à alfabetização, o programa assiste crianças pequenas com atendimento de estimulação precoce, de 3 anos de idade até adolescentes de 13 anos.
A psicóloga Paula Freitas explicou que o programa funciona não apenas com as crianças, mas envolve as famílias também. “A gente os instrumentaliza com informações para que eles continuem o trabalho em casa. O implante envolve toda a família, é importante a psicologia dentro do programa para trabalhar essas questões que estão ao redor”, disse Paula, que acrescentou, ainda, que durante a pandemia esse laço com as famílias foi estreitado, porque eles passaram a ser responsáveis diretos pela terapia.
“Os pais acabaram sendo nossos coterapeutas, porque o som que sai do computador e do celular, não é o mesmo que ao vivo, e com ajuda das famílias conseguimos dar continuidade ao trabalho e ver uma proximidade das famílias, que se assimilaram ao processo da terapia, aprendendo muito mais, porque eles faziam as práticas das orientações”, finalizou.
Texto – Alexandre Abreu / Semed
Fotos – Altemar Alcântara / Semcom